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Yves LÉONARD, p. 37-54

Le référendum au Portugal, quel avenir ?
Quelles conclusions tirer de l’échec des deux référendums nationaux organisés au Portugal en 1998 ? Quelles sont les raisons qui expliquent le rejet de la libéralisation de l’avortement et le refus de la régionalisation ? Comment interpréter le fort taux d’abstention et l’indifférence apparente manifestée par les Portugais en ces deux occasions ? L’expérimentation ratée du référendum condamne-t-elle celui-ci ? Ou bien, malgré l’absence de tradition en matière de démocratie participative, y a-t-il une place pour elle au Portugal ? 25 ans après le 25 avril, le succès d’un référendum local – jamais organisé au Portugal – sera-t-il sans lendemain ?

O referendo em Portugal, que futuro ? 
A que conclusões se poderia chegar na sequência do fracasso dos dois referendos nacionais organizados em Portugal em 1998 ? Quais as razões que explicam a rejeição da liberalização do aborto e a recusa da regionalização ? Como é que se deve interpretar o importante indíce de abstenção e a indiferença aparente manifestada pelos Portugueses aquando destas duas ocasiões ? Deve a experimentação falhada do referendo condená-lo em si mesmo ? Ou, então, apesar da falta de tradição em termos de democracia participativa, haverá um lugar para esta em Portugal ? 25 anos após o 25 de Abril, será que o sucesso de um referendo local, nunca antes realizado em Portugal, não terá seguimento ?

What Future for Referendums in Portugal ?
What conclusions can be drawn from the failure of the two national referendums held in Portugal in 1998 ? What are the reasons behind the rejection of the freeing of access to abortion and the refusal of regionalisation ? How can we interpret the high abstention rate and the apparent indifference displayed by the Portuguese on these two occasions ? Will the failed referendum experiment condemn it ? Or is there, despite the lack of a tradition of participatory democracy, a place for it in Portugal ? 25 years after the 25th April, will the success of a local referendum – never held in Portugal – have no future ?