Vous pouvez télécharger l'article intégral au format pdf ou rtf

Gerhard SEIBERT, p. 245-260

Le coup d’État non meurtrier du 16 juillet à São Tomé e Príncipe
À l’aube du 16 juillet 2003, des militaires ont occupé des installations sensibles et capturé les membres du gouvernement à São Tomé. Ce fut un coup d’État sui generis puisque personne n’a été blessé durant l’action, les ministres détenus dans la caserne ont été bien traités et pouvaient communiquer partout à l’extérieur avec leurs mobiles, pendant que ces événements n’ont pratiquement pas affecté la normalité de la vie des gens. Ce nouveau coup est très semblable au premier qui a eu lieu dans le pays, en août 1995 : les golpistes ont justifié leur action par les conditions de vie misérables faites aux militaires et la corruption du gouvernement, déclarant qu’ils ne prétendaient pas prendre le pouvoir. Dans les deux cas, le commandement en chef n’a pas participé au coup.
À l’inverse de 1995 cependant, l’initiative n’est pas venue cette fois de militaires, mais d’un petit groupe d’anciens soldats du Bataillon Buffalo, du régime d’apartheid en Afrique du Sud. Leurs revendications corporatives ont constitué le motif principal de l’action. L’importance régionale et internationale croissante de ce pays pauvre comme futur producteur de pétrole a été une raison majeure de la médiation internationale. Alors qu’en 1995 l’Angola avait été le seul médiateur, cette fois-ci huit pays sont intervenus dans la négociation, sous la direction du Nigéria.

O golpe não mortifero de 16 de Julho em São Tomé e Príncipe
Na madrugada de 16 de Julho de 2003 militares ocuparam instalações chave e capturaram os membros do governo em São Tomé. Foi um golpe sui generis pois ninguém foi ferido durante a acção, os ministros detidos no quartel foram bem tratados e podiam comunicar com o mundo fora através do telemóvel, enquanto os eventos quase não afectaram a vida normal. O recente golpe foi muito parecido com o primeiro do país em Agosto de 1995: Os golpistas justificaram a sua acção com as condições miseráveis do exército e a corrupção do governo declarando que não pretenderam tomar o poder. Em ambos os casos o Comando Supremo não participou no golpe.
Ao contrário de 1995, desta vez a iniciativa para o golpe não veio dos militares, mas de um pequeno grupo de membros do Batalhão Búfalo do regime do apartheid sul-africano. As suas reivindicações corporativas constituíam a causa principal da acção. A crescente importância regional e internacional do pobre país como futuro produtor de petróleo desempenhou um papel importante para a mediação internacional. Enquanto em 1995 Angola foi o único mediador, desta vez oito países estiveram envolvidos no processo que foi dominado pela Nigéria.

The Bloodless Coup of July 16 in São Tomé e Príncipe
In the early morning of July 16, 2003 soldiers seized key sites and captured the government ministers in São Tomé. It was a coup sui generis since nobody was hurt during the action, the ministers detained in the barracks were well treated and could communicate with the outside world by cell phone, while ordinary life remained almost unaffected by the events. The recent takeover was very similar to the country’s first coup in August 1995: The coup plotters justified their action with the miserable conditions of the army and government corruption and declared that they did not intend to take power themselves. In both cases the Supreme Command did not participate in the putsch.
Contrary to 1995, this time the initiative for the coup did not come from the military, but from a small group of members of the Buffalo Battalion of South Africa’s apartheid regime. Their corporate demands formed the main cause for the action. The poor country’s increasing regional and international importance as a future oil producer played an important role for the international mediation. While in 1995 Angola was the only mediator, this time eight countries were involved in the process that was dominated by Nigeria.