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Tinie Van EYS, p. 145-159

Solidarité avec les pauvres, ou business sur le marché du développement ? les organisations non gouvernementales au Mozambique
Depuis l’approbation par le parlement mozambicain en 1990 de la Loi sur les associations, de nombreuses ONG nationales ont été créées. Elles développent leurs projets et activités dans des domaines et secteurs très variés. L’émergence massive d’ONG nationales peut être perçue comme le prolongement des pratiques associatives déjà enracinées dans la société mozambicaine. Mais les ONG nationales diffèrent à de nombreux égards par rapport aux formes traditionnelles de la vie associative, la différence la plus importante, à notre avis, étant le fait que la grande majorité d’ONG nationales récentes n’ont pas de base sociale ou locale qui puisse légitimer leurs actions et leur positionnement (politique). Les ONG peuvent potentiellement occuper une place importante dans la société mozambicaine, en ce qui concerne la fourniture de services aux communautés sur le terrain mais aussi en exerçant leur influence dans les prises de décisions politiques. En revanche, elles devront augmenter leur capacité institutionnelle si elles souhaitent concrétiser ce potentiel. En tant qu’institutions menant des activités concrètes avec et au nom des communautés locales, les ONG nationales atteindront ainsi un statut plus légitime dans les échanges entretenus avec le gouvernement, les donateurs et les autres forces sociales au nom de leurs groupes cible.

Solidariedade com os pobres ou comércio no mercado do desenvolvimento ? As organizações não governamentais em Moçambique
A aprovação, em 1990, pelo parlamento moçambicano da lei das associações deu origem ao surgimento dum grande número de ONGs nacionais que desenvolvem as suas actividades de projectos nas mais diversas áreas e sectores. O aparecimento massivo das ONGs nacionais é visto como a continuação da prática de associativismo há muito enraizada na sociedade moçambicana. No entanto, as ONGs distinguem-se em alguns aspectos fundamentais do associativismo tradicional, sendo talvez o mais importante o facto de grande parte das ONGs recém criadas não disporem de uma base social, de uma massa associativa que confira legitimidade às acções e às posições (políticas) por elas tomadas. As ONGs têm o potencial para ocupar um espaço importante na sociedade moçambicana, tanto no que diz respeito à prestação de serviços às comunidades de base, como quanto a influenciar processos de tomada de decisões políticas. Mas para realizar esse potencial as ONGs têm de crescer como instituições. Enquanto instituições que realizam trabalho concreto junto das comunidades, poderão obter a legitimidade para falar, em nome dos seus grupos alvo, com o Estado, os doadores e outras forças sociais.

Solidarity with the poor, or business on the development market ? Non-governmental organisations in Mozambique
Since the Mozambican Parliament approved, in 1990, the Law on Associations, a great many national NGOs have been created. They develop their project activities in a broad range of areas and sectors. The massive emergence of national NGOs can be seen as a continuation of the practice of associativism rooted in Mozambican society. However, national NGOs differ in some essential aspects from traditional forms of associativism – the most important, in our view, is the fact that the majority of recently created national NGOs have no social base, no constituency which confers legitimacy to their acting and (political) positioning. NGOs have the potential to occupy an important space in Mozambican society, both with regard to service provision to grassroots communities and in relation to influencing political decision-making processes. But they will have to increase their institutional capacity if they want to concretize that potential. As institutions that implement concrete activities with and on behalf of local communities, national NGOs will thus gain a more legitimate status when speaking with Government, donors and other social forces, in the name of their target groups.