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Benjamin BUCLET, p. 263-282

Les expérimentations des ONG en Amazonie : Quel pouvoir pour quelle responsabilité ?
La revitalisation de l´expression démocratique et les préoccupations internationales ont stimulé les initiatives liées au développement durable et renforcé une nouvelle catégorie d´acteurs sociaux : les ONGs. En Amazonie, elles sont diverses et s’il est impossible de définir un profil unique d´ONG, leur étude permet de les regrouper selon les valeurs dominant leur discours et de définir des catégories. C´est ce qui est proposé ici dans une première partie à propos des ONGs dans l´État du Pará. L´article s´intéresse ensuite aux ONGs qui revendiquent leur appartenance au champ du développement durable. La troisième partie tente d´évaluer les conséquences de la prise de pouvoir des ONGs dans la gestion sociale. Les ONGs disposent pour cela d´une marge de manœuvre réduite aux limites du marché du développement : les autorités publiques (nationales et multilatérales) leur concèdent un certain pouvoir, mais les ONGs ne disposent pas d’une identité institutionnelle claire et sont tiraillées par de nombreuses contradictions. À la fois prestataires de service et partenaires des institutions publiques, représentantes de certaines catégories de population et lieu d’approfondissement de l’expression démocratique, revendiquant une neutralité politique et confessionnelle tout en étant héritières de la théologie de la libération et des mouvements politiques de gauche, les ONGs ont parfois du mal à trouver leur légitimité.

As experimentações das ONG na Amazónia : Que tipo de poder para que tipo de responsabilidade ?
A revitalização da expressão democrática e as preocupações internacionais estimularam as iniciativas ligadas ao desenvolvimento durável e reforçam uma nova categoria de actores sociais : as ONGs. Na Amazónia, as ONGs são diversas e si é impossível definir um perfil único da ONG, o seu estudo permite reagrupá-las mediante os valores dominantes dos seus discursos e definir categorias. É o que propomos aqui na primeira parte a propósito das ONGs no Estado do Pará. A seguir o artigo interessa-se as actividades das ONGs que reivindicam a sua pertença ao campo do desenvolvimento durável. A terceira parte tenta avaliar as consequências da tomada do poder das ONGs na gestão social. Elas dispõem para isso de uma margem de manobra reduzida aos limites do mercado do desenvolvimento : as autoridades públicas (nacionais e multilaterais) concedem-lhe um certo poder, mas as ONGs não dispõem da responsabilidade a que deveria ser associada. Para a dispor, seria necessário ter uma identidade institucional clara, o que não é o caso, do facto das numerosas contradições que devem gerir. Simultaneamente prestadores de serviço e parceiros das instituições públicas, representantes de certas categorias de população e lugar de aprofundamento da expressão democrática, reivindicando uma neutralidade política e confessional sendo simultaneamente herdeiros da teologia da liberação e dos movimentos políticos de esquerda, as ONGs têm por vezes dificuldade em encontrar a sua legitimidade.

NGO experiments in Amazonia : What power for what responsibility ?
The revitalisation of democratic expression along with the weight of international preoccupations have stimulated sustainable development initiatives and reinforced a new category of social actors : the NGOs. In Amazonia, the NGOs are diverse and although it is impossible to define a single NGO profile, by studying them we can group them according to the dominant values of their discourse, and put them into categories.This is what is proposed here, in the first part about the NGOs in the State of Pará. Next, the article takes a look at the experimental side of the activities carried out by the NGOs that claim to belong to the field of sustainable development. In the second part, a description of some organisations and their activities shows the innovations of the projects achieved. The third part attempts to assess the consequences of the taking over of power by the NGOs in the realm of social management. In this sphere NGOs have limited room for manoeuvre : the (national and multilateral) public authorities grant them a certain amount of power, but the NGOs do not have the responsibility that should go with it. To achieve this, they need a clear institutional identity – which they don’t have because of the many contradictions they have to cope with. Both service providers and partners of public institutions, representatives of certain population categories and a basis for the furthering of democratic expression, laying claim to political and religious neutrality while being heirs to the theology of liberation and left-wing political movements, NGOs tend to find it hard to establish their legitimacy.