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Brigitte LACHARTRE, p. 161-169

Qui a peur des ONG au Mozambique ? La relance d’une controverse
Au Mozambique, la présence et le rôle des ONG sont l’objet de controverses qui n’ont fait que s’aviver avec l’importance croissante qu’elles ont acquise depuis le début des années 1990. Auparavant, c’est leur place dans un État s’employant à construire le socialisme qui était sujette à caution et provoquait la méfiance de la petite élite politique et intellectuelle du pays. Depuis, c’est l’impact social des plans d’ajustement structurel et du néolibéralisme dominant qui provoque le rejet de l’ensemble de l’intervention étrangère sur le sol mozambicain, tous organismes et ONG confondus. Mais peut-on faire le procès des ONG sans faire en même temps le procès des États ? Peut-on retenir contre les ONG leur culture anti-étatique sans en rechercher l’origine et sans s’interroger sur les faillites et démissions de l’État ? N’est-ce pas leur vision différente de l’État qui oppose détracteurs et défenseurs des ONG ? Au Mozambique, c’est au fond du problème de la faiblesse de l’État dont il s’agit et des perspectives limitées qu’il a de la surmonter dans le contexte actuel de la mondialisation.

Quem tem medo das ONG no Moçambique? O avivar de uma controversa
No Moçambique, a presença e a função das ONG são objecto de controversas que não cessaram de avivar-se com a importância crescente que adquiriram desde o início dos anos 90. Dantes, era o seu lugar num Estado preocupando-se em construir o socialismo que estava sujeito à caução e provocava a desconfiança da pequena elite política e intelectual do país. Desde então, é o impacto social dos planos de ajuste estrutural e do neoliberalismo dominante que provoca a rejeição da totalidade da intervenção estrangeira no solo moçambicano, todos os organismos e as ONG confundidos. Mas podemos processar as ONG sem processar ao mesmo tempos Estados ? Podemos reter contra as ONG a sua cultura anti-etática sem procurar a origem e sem se interrogar sobre as falência e demissões do Estado ? Não será a sua visão diferente do Estado que opõe detractores e defensores das ONG ? No Moçambique, é no fundo do problema da fraqueza do Estado e das perspectivas limitadas que tem de a ultrapassar no contexto actual da mundialização que temos a resposta

Who is afraid of the NGOs in Mozambique ? A controversial debate
The debate about the existence and the role of the NGOs in Mozambique has been all the more controversial as their number and importance have increased since the beginning of the 90’s. Before that, their mere presence in a State striving to establish socialism brought about mistrust and suspicion among the country’s political and intellectual elite. At present, criticism of nearly all foreign intervention on the Mozambican soil, whatever the nature of the aid, is linked to the social impact of the structural adjustment plans and the rejection of neo-liberalism as such. Is it possible, nevertheless, to put the NGOs on trial without also putting the States on trial ? Can one object to the NGOs for their anti-state culture without looking for its origin and without questioning the failures and withdrawals of the State ? Isn’t it their different vision of the State which opposes the NGOs detractors and defenders ? In Mozambique, there lies at the bottom of the controversy nothing more than the problem of the weakness of the State and the limited perspectives that the globalization context currently offers to overcome it.